~~NOTOC~~ ===== Regeneração Natural com Manejo - Adensamento ===== A estratégia de Adensamento envolve o plantio de mudas ou sementes de espécies de **recobrimento** que preenchem os espaços vazios ou ocupados por invasoras indesejáveis entre os indivíduos das espécies nativas já estabelecidos no local a ser recomposto. Espécies de recobrimento são aquelas que possuem na sua biologia ciclo relativamente curto, rápido crescimento com rápida cobertura do solo com biomassa e são relativamente fáceis de serem retiradas do sistema. Elas são usadas onde as espécies nativas de **diversidade** não conseguem recobrir o solo satisfatoriamente, por conta da competição com espécies invasoras por exemplo, e assim nao conseguem garantir que passos no processo de regeneração natural aconteçam. [{{ :webambiente:adensamento_com_plantio_enriquecimento1.png?nolink&500 | Ilustração do método de Adensamento da vegetação. Fonte: RODRIGUES; BRANCALION; ISERNHAGEN, 2009. }}] [{{ :webambiente:adensamento_com_plantio_enriquecimento2.png?nolink&500 | Adensamento com plantio de mudas Nativas. Fonte: RODRIGUES; BRANCALION; ISERNHAGEN, 2009. }}] ==== Plantio Homogêneo de espécies pioneiras de recobrimento ==== A técnica de plantio de espécies predominantemente pioneiras para promover rápido recobrimento do solo é muito interessante para proteger o solo de processos erosivos ou mesmo da competição de invasoras. A legislação prevê que algumas espécies exóticas podem ser utilizadas neste sentido. Contudo, o sucesso da restauração no longo prazo depende da adoção de outras técnicas visando o aumento da diversidade de espécies na área, em especial com espécies de ciclo longo, garantindo o sucesso da restauração no longo prazo. Entre as técnicas recomendadas para plantios subsequentes podem ser citadas o plantio direto de sementes e mudas ou mesmo a nucleação. [{{ :webambiente:homogeneo.jpg?nolink&500 | Plantio de mudas da mesma espécie. Fonte: VIVEIRO JARAGUÁ, 2017.}}] ==== No caso da preparação do Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas ou Alteradas (PRADA) o produtor precisa considerar: ==== ==== Siuação atual ==== Locais com MÉDIO potencial de regeneração natural, devem apresentar: a) remanescentes naturais da vegetação a ser recomposta relativamente DISTANTES para a dispersão de sementes, b) banco de plântulas (indivíduos de plântulas jovens) e/ou banco de sementes no solo PEQUENO ou em condições ambientais pouco adequadas para sua germinação e desenvolvimento e c) infestação de espécies invasoras competidoras [{{ :webambiente:1c-_atual3_inicial_ade.jpg?500 | Situação atual. Foto: Felipe Ribeiro. }}] ==== Implantação ==== Consiste na introdução de sementes e (ou) mudas de espécies nativas, principalmente com características de recobrimento, nos espaços com falhas de regeneração natural por degradação do solo ou eliminação das invasoras. Esse procedimento acelera a recolonização por espécies nativas, melhora as condições do solo e ajuda na supressão das espécies agressivas. [{{ :webambiente:2c_-2anos-3_-implant_ade.jpg?500 |Implantação. Foto: Felipe Ribeiro. }}] ==== Resultados Esperados após 2-3 anos ==== O adensamento com o plantio de espécies nativas por mudas ou semeadura direta de espécies de recobrimento deve acelerar a ocupação e cobertura da área e a vegetação agressiva tende a diminuir no local pela competição. As copas das plântulas das espécies de recobrimento já ocupam a maior parte da área e alguns indivíduos já despontam em altura. [{{ :webambiente:3c-_10anos-3_-_2-3_anos_ade.jpg?500 | Resultados Esperados após 2-3 anos. Foto: Felipe Ribeiro. }}] ==== Resultados Esperados após 10 anos ==== A vegetação tem característica de formação secundária, que não necessita mais de manejo para seguir o seu desenvolvimento no sentido de alcançar os estádios finais da sucessão, definido pela presença de espécies dos grupos de recobrimento e de diversidade. Nessa etapa, surgem regenerantes originados da chuva de sementes de áreas próximas ou mesmo de plantas do próprio plantio. [{{ :webambiente:10_anos_adensamento.jpg?500 | Resultados esperados após 10 anos. Foto: Felipe Ribeiro.}}] ==== Riscos ==== A intensa cobertura de espécies competidoras ou a degradação do solo podem impedir o crescimento das mudas e (ou) das sementes plantadas e de plantas jovens regenerantes. Além disso, elevada infestação de formigas cortadeiras pode inibir o estabelecimento e o bom crescimento das plantas estabelecidas. ==== Monitoramento ==== Porque monitorar? O sucesso do monitoramento envolve diagnosticar, tomar decisões, intervir e avaliar os resultados da intervenção. Isso permite entender os parâmetros e os processos envolvidos na recomposição. Esse processo se repete no tempo, portanto, a recomposição deve acontecer em etapas, iniciando com áreas relativamente pequenas. Os resultados fornecem orientação para novas intervenções, permitindo encontrar erros e corrigi-los nos próximos plantios. Ações importantes no monitoramento: testar, aprender e corrigir. O que monitorar? Estrutura, diversidade e composição da vegetação são parâmetros comumente avaliados na restauração ecológica, pois são capazes de predizer o sucesso de recomposição da vegetação. Parâmetros simples para avaliar sucesso são densidade (número de indivíduos/ área) e riqueza (número de espécies) de plantas e cobertura do solo por diferentes formas de vida (vegetação competidora, solo exposto e árvores, arbustos e herbáceas nativas). Como monitorar? Os parâmetros podem ser avaliados por métodos simples. Na linha de amostragem marcada em uma trena no solo, posicionar a cada 50 cm uma vara de 2 m dividida em quatro partes de 50 cm. Em cada uma das quatro partes da vara, avalia-se todos os elementos vegetais que tocam nela. Para avaliar a riqueza de espécies e a densidade de regenerantes lenhosos com mais de 30 cm de altura, estica-se uma trena de 25 m numa faixa 1 m para cada lado da trena e contam-se as plântulas e arvoretas. Imagens fotográficas em épocas diferentes na mesma escala também ajudam a comparar a vegetação nativa, o solo exposto e as plantas competidoras em um mesmo local. Onde monitorar? Cada um dos parâmetros acima devem ser monitorados em área representativa do processo de recomposição. Quando monitorar? A legislação prevê que o proprietário rural tem 20 anos para a adequação ambiental, assim os parâmetros de sucesso devem ser avaliados periódicamente, de preferência no final da estação chuvosa. Quem monitora? Equipe que tenha alguma experiência em identificar e avaliar os parâmetros de sucesso no processo de recomposição da vegetação nativa. ==== Referências ==== {{ :webambiente:referencial-teorico_rad.pdf | RODRIGUES, R. R.; BRANCALION, P. H. S.; ISERNHAGEN, I. Pacto pela restauração da mata atlântica: referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. São Paulo: LERF/ESALQ, Instituto BioAtlântica, 2009. 260 p. }} VIVEIRO JARAGUÁ. Manual de plantio. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2017.