O controle deve iniciar quando as formigas atingem um nível de dano considerável ou logo após a limpeza e preparo da área, preferencialmente 30 dias antes do plantio. As formigas cortadeiras mais comuns são as saúvas (Atta spp.) e as quenquéns (Acromyrmex spp.). Abaixo estão descritas as principais estratégias para combater essas formigas.
Iscas granuladas: essas iscas são compostas de ingredientes atrativos (como farinha de milho ou bagaço de laranja) misturados com substâncias tóxicas. Para aplicar, deve-se espalhar as iscas ao longo dos carreadores das formigas. Para proteger contra umidade, pode-se usar porta-iscas. Evite tocar nas iscas com as mãos para não alterar o cheiro. Com essa técnica, as formigas carregam as iscas para o interior do formigueiro, envenenando a colônia, sendo eficaz mesmo em grandes áreas. Deve-se cuidar para não aplicar em dias chuvosos e armazenar as iscas em local seguro, fora do alcance de animais domésticos e crianças. Em sistemas agroflorestais ou em áreas onde há restrições ao uso de agrotóxicos, recomenda-se o uso de formulações à base de produtos naturais como, por exemplo, à base de gergelim ou mamona.
Formicidas em pó seco: esses formicidas são aplicados diretamente nos formigueiros. São utilizadas bombas manuais (polvilhadeiras) para inserir o pó dentro dos formigueiros. A aplicação deve ser feita preferencialmente em dias secos. Porém, essa técnica pode ser difícil atingir todas as câmaras de formigueiros grandes e antigos.
Termonebulização: envolve a aplicação de formicidas na forma de vapor. São utilizados equipamentos específicos para transformar o formicida em vapor e aplicados nos formigueiros, permitindo que o vapor penetre nas câmaras. Essa técnica é eficaz na penetração profunda dos formigueiros, sendo rápida e abrangente, porém necessita de equipamento especializado e treinamento.
Técnicas mecânicas: as técnicas mecânicas para o controle de formigas cortadeiras envolvem a destruição física dos formigueiros. Uma abordagem comum é a aração e a gradagem do solo, que consiste em revolver a terra para desmantelar os ninhos. Essa técnica é particularmente útil em áreas recém-cultivadas ou onde os formigueiros ainda são pequenos e pouco profundos, dificultando a expansão das colônias ao eliminar fontes de alimento e abrigo. Esses métodos são preferidos em áreas sensíveis onde o uso de produtos químicos é restrito ou indesejado.
Predadores naturais: desempenham um papel crucial no controle biológico de formigas cortadeiras, ajudando a manter o equilíbrio ecológico sem a necessidade de produtos químicos. Animais como tatus, tamanduás, aves insetívoras, répteis e anfíbios são exemplos de predadores que se alimentam de formigas, reduzindo significativamente suas populações. A preservação e o incentivo à biodiversidade local, como a criação de habitats adequados para esses predadores, são estratégias sustentáveis que promovem o controle natural.