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webambiente:grupos [2025/07/16 20:03] (current) marcelo |
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- | Conhecer o ciclo de vida e as diferentes estratégias de crescimento | + | A escolha |
- | É importante considerar que o processo | + | * **Tipo |
+ | * **Drenagem do solo** (bem drenado, mal drenado, saturado, etc.); | ||
+ | * **Fertilidade natural do solo** (alta ou baixa); | ||
+ | * **Textura do solo** (arenosa, média ou argilosa); | ||
+ | * **Profundidade do solo** (raso ou profundo). | ||
- | A presença de espécies de diferentes grupos ecológicos busca garantir a cobertura do solo desde os primeiros meses de plantio, evitando erosão e utilizando imediatamente os recursos disponíveis nas áreas preparadas para recomposição. A cobertura constante de espécies nativas exerce funções ecossistêmicas de atração de polinizadores, | + | Essas características influenciam diretamente |
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- | Independentemente do método de plantio, é importante considerar plantas de diferentes ciclos e formas de vida no consórcio de espécies a ser implantado na recomposição para que esta demande menos manejo após o plantio, e que a vegetação implantada possa seguir sua trajetória natural de regeneração ao longo do tempo. | + | |
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- | ==== FORMAÇÕES FLORESTAIS ==== | + | |
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- | Para recompor formações florestais, essa ideia vem sendo trabalhada no conceito da “sucessão ecológica”, | + | |
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- | Para orientar a escolha | + | |
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- | * **FL1** - Herbáceas, subarbustos, | + | |
- | * **FL2** - Arbustos, trepadeiras e arvoretas semiperenes de crescimento rápido | + | |
- | * **FL3** - Árvores e arvoretas perenes de crescimento rápido. | + | |
- | * **FL4** - Árvores perenes de crescimento moderado e lento. | + | |
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- | Nas formações florestais, os quatro grupos ecológicos coincidem com as quatro fases do processo de recomposição, | + | |
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- | Exemplo da dinâmica da comunidade vegetal esperada na recomposição de formações florestais em uma situação sem distúrbios. O plantio de espécies dos grupos ecológicos FL1, FL2, FL3 e FL4 possibilita uma dinâmica em que as diferentes | + | |
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- | ==== FORMAÇÕES SAVÂNICAS E CAMPESTRES ==== | + | |
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- | Nas formações savânicas e campestres, a cobertura de espécies lenhosas (árvores e arbustos) varia dependendo da performance dos indivíduos e ainda em função da capacidade de suporte oferecida pelo local de estabelecimento. As mudanças nesses ambientes também podem levar vários anos, devido ao lento desenvolvimento da porção aérea da maioria das espécies, e os diferentes grupos de espécies tendem a ocupar a área em recomposição ao mesmo tempo, de modo que as etapas sucessionais e as comunidades de transição não são evidentes. É importante considerar ainda que, para recompor savanas e campos, além do plantio das espécies | + | |
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- | Dessa forma, | + | |
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- | * **SC1** - Herbáceas e subarbustos anuais ou de ciclo curto. | + | |
- | * **SC2** - Herbáceas e subarbustos semiperenes ou perenes. | + | |
- | * **SC3** - Arbustos e árvores semiperenes ou perenes de crescimento rápido a moderado. | + | |
- | * **SC4** - Arbustos e árvores perenes de crescimento lento. | + | |
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- | Para formações campestres, em que a presença de árvores é pouco relevante, sugere-se que se dê preferência para o plantio de espécies dos grupos SC1 e SC2, que incluem plantas herbáceas e subarbustivas. | + | |
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- | É importante ressaltar, porém, que mudanças de fases nas formações savânicas não ocorrerão em todas as condições | + | |
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- | Nas diferentes fitofisionomias do bioma Cerrado, por exemplo, espécies de ciclo de vida curto e crescimento | + | |
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- | Exemplo da dinâmica da comunidade vegetal esperada na recomposição de formações savânicas em uma situação sem distúrbios. Os grupos ecológicos SC1, SC2, SC3 e SC4 podem se sobrepor ao longo do tempo, mas é possível que as diferentes | + | |
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- | === Referências === | + | |
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- | - BRANCALION, P. H.; GANDOLFI, S.; RODRIGUES, R. R. Restauração Florestal. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 431 p. | + | |
- | - COUTINHO, A. G.; ALVES, M.; SAMPAIO, A. B.; SCHMIDT, I. B.; VIEIRA, D. L. M. Effects of initial functional-group composition on assembly trajectory in savanna restoration. Applied Vegetation Science, v. 22, p. 61-70, 2019. | + | |
- | - DURIGAN, G.; MELO, A. C. G.; MAX, J. C. M.; BOAS, O. V.; CONTIERI, W. A.; RAMOS, V. S. Manual para recuperação da vegetação de Cerrado. São Paulo: SMA, 2011. 26 p. | + | |
- | - PELLIZZARO, K. F.; CORDEIRO, A. O.; ALVES, M.; MOTTA, C. P.; REZENDE, G. M.; SILVA, R. R. P.; RIBEIRO, J. F.; SAMPAIO, A. B.; VIEIRA, D. L. M.; SCHMIDT, I. B. Cerrado restoration by direct seeding: field establishment and initial growth of 75 trees, shrubs and grass species. Brazilian Journal of Botany, v. 40, p. 1-13, 2017. | + | |
- | - RIBEIRO, J. F.; KUHLMANN, M.; OGATA, R. S.; OLIVEIRA, M. C.; VIEIRA, D. L. M.; SAMPAIO, A. B. Guia de plantas do cerrado para recomposição da vegetação nativa. Brasília, DF: Embrapa, 2023. | + | |
- | - VIEIRA, D. L. M.; CAMPOS-FILHO E. M.; FERREIRA, M. C.; ANTONIAZZI, L. B. Guia de semeadura direta para restauração de florestas e cerrados. São Paulo: Agroicone, 2020. 52 p. | + | |
+ | Com essa abordagem, o processo de recomposição se torna mais eficiente, econômico e alinhado com as boas práticas da restauração ecológica. |