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Regeneração Natural com Manejo - Nucleação

Nucleação é a técnica de criar pequenos ambientes (núcleos) em uma área degradada, que favoreça a recomposição da vegetação nativa. Esta técnica propõem induzir heterogeneidade ambiental, propiciando ambientes distintos no espaço e no tempo. Esses núcleos buscam facilitar o processo de recrutamento de novas espécies dos fragmentos vizinhos, do banco de sementes local e também influenciam os novos núcleos formados ao longo do tempo. Esses grupamentos são capazes de formar novas populações, novos nichos de regeneração que vão gerar conectividade na paisagem. Para isso são usadas técnicas como: transposição de galharias, solo e sementes, criação de poleiros secos (varas de madeira) ou vivos (plântulas de espécies de recobrimento) e grupos com o plantio de sementes e ou mudas de espécies de recobrimento e de diversidade. Os núcleos favorecem o banco de sementes local e o processo de recrutamento de novas espécies a partir de fragmentos vizinhos, criando micro-habitats e gerando conectividade na paisagem.

Ténicas de nucleação:

1) Isolamento 2) Poleiros artificiais 3) Transposição de galharia 4) Transposição de chuva de sementes 5) Transposição de solo e serrapilheira

Ademir Reis apresenta ao Globo Rural a técnica de reflorestamento chamada nucleação, uma técnica simples e relativamente barata que conta com a ajuda de pássaros no reflorestamento.

https://www.youtube.com/watch?v=dioWI9BiYPE

No caso da preparação de Projeto de Recomposição de Areas Degradadas ou Alteradas (PRADA), o produtor precisa considerar:

Situação atual

Locais com MÉDIO potencial de regeneração natural, devem apresentar: a) remanescentes naturais da vegetação a ser recomposta relativamente DISTANTES para a dispersão de sementes, b) banco de plântulas (indivíduos de plântulas jovens) e/ou banco de sementes no solo PEQUENO ou em condições ambientais pouco adequadas para sua germinação e desenvolvimento e c) infestação de espécies invasoras competidoras.

Situação atual. Foto: Felipe Ribeiro.

Implantação

Núcleos que facilitem a ocupação por vegetação nativa são criados por transposição de solo e de galharia, por implantação de poleiros ou por plantio de mudas e (ou) sementes das espécies adequadas. Serão maiores e mais próximos quanto menor forem as áreas com regeneração natural ou a cobertura por capins agressivos. Manejo no interior dos núcleos favorece o estabelecimento das novas plântulas e sua expansão sobre as invasoras.

Situação da área na implantação: distribuição aleatória de ilhas ou núcleos de vegetação na forma de mix de técnicas de nucleação. EMBRAPA, 2017.

Resultados Esperados após 2-3 anos

Os núcleos estabelecidos se expandem de forma heterogênea, pois são oriundos de técnicas diferenciadas. Cada técnica proporciona diferentes condições para “atrair” novas sementes para a área a ser recomposta. A estruturação da vegetação acontecerá inicialmente a partir da porção interna ou das proximidades dos núcleos.

Implantação. Foto: Felipe Ribeiro.

Resultados Esperados após 10 anos

A vegetação tem característica de formação secundária que não necessita de manejo para seguir seu rumo e atingir atributos de vegetação madura, com a presença dos diversos grupos funcionais. Os núcleos, antes isolados, já se juntaram. Regenerantes originados da chuva de sementes do próprio plantio e de áreas próximas surgem.

Implantação. Foto: Felipe Ribeiro.

Riscos

A vegetação competidora pode impedir a expansão dos núcleos. Nesse caso, o controle das espécies competidoras poderá ser prolongado por vários anos. Quando o solo está compactado e erodido, é improvável que os núcleos se expandam. Como cada uma das técnicas resolve gargalos específicos, elas não funcionam sempre (exemplo: os poleiros não mudam as condições de germinação ao seu redor).

Monitoramento

Porque monitorar?

O sucesso do monitoramento envolve diagnosticar, tomar decisões, intervir e avaliar os resultados da intervenção. Isso permite entender os parâmetros e os processos envolvidos na recomposição. Esse processo se repete no tempo, portanto, a recomposição deve acontecer em etapas, iniciando com áreas relativamente pequenas. Os resultados fornecem orientação para novas intervenções, permitindo encontrar erros e corrigi-los nos próximos plantios. Ações importantes no monitoramento: testar, aprender e corrigir.

O que monitorar?

Estrutura, diversidade e composição da vegetação são parâmetros comumente avaliados na restauração ecológica, pois são capazes de predizer o sucesso de recomposição da vegetação. Parâmetros simples para avaliar sucesso são densidade (número de indivíduos/ área) e riqueza (número de espécies) de plantas e cobertura do solo por diferentes formas de vida (vegetação competidora, solo exposto e árvores, arbustos e herbáceas nativas).

Como monitorar?

Os parâmetros podem ser avaliados por métodos simples. Na linha de amostragem marcada em uma trena no solo, posicionar a cada 50 cm uma vara de 2 m dividida em quatro partes de 50 cm. Em cada uma das quatro partes da vara, avalia-se todos os elementos vegetais que tocam nela. Para avaliar a riqueza de espécies e a densidade de regenerantes lenhosos com mais de 30 cm de altura, estica-se uma trena de 25 m numa faixa 1 m para cada lado da trena e contam-se as plântulas e arvoretas. Imagens fotográficas em épocas diferentes na mesma escala também ajudam a comparar a vegetação nativa, o solo exposto e as plantas competidoras em um mesmo local.

Onde monitorar?

Cada um dos parâmetros acima devem ser monitorados em área representativa do processo de recomposição.

Quando monitorar?

A legislação prevê que o proprietário rural tem 20 anos para a adequação ambiental, assim os parâmetros de sucesso devem ser avaliados periódicamente, de preferência no final da estação chuvosa.

Quem monitora?

Equipe que tenha alguma experiência em identificar e avaliar os parâmetros de sucesso no processo de recomposição da vegetação nativa.

mais recente https://www.youtube.com/watch?v=Y_0yzWjTYy0

Referências

webambiente/com_nucleacao.txt · Last modified: 2022/04/01 18:15 (external edit)