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SISTEMAS EM CONSÓRCIO (ex: SAF)

Os Sistemas em Consórcio de espécies nativas e exóticas, como os sistemas agroflorestais ou agrossilvipastoris, oferecem uma alternativa viável para a recomposição em áreas com diferentes níveis de degradação, especialmente quando o objetivo é obter retornos econômicos com produtos tanto madeireiros quanto não madeireiros. Esses sistemas buscam replicar a estrutura, função, diversidade e dinâmica dos ecossistemas naturais, combinando benefícios ambientais e econômicos, incluindo a produção de alimentos e a promoção de interações positivas entre componentes agrícolas, animais e a vegetação nativa.

Independente do potencial de regeneração, a legislação permite o plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% da área total a ser recomposta em propriedades com até quatro módulos fiscais na recomposição de ARL e APP. Nas propriedades acima de quatro módulos, isso é permitido apenas na recomposição da ARL.

O processo inicial para implementar um consórcio entre plantas nativas e exóticas envolve o plantio de espécies anuais ou de ciclo curto, que cobrem o solo e melhoram sua qualidade. Os primeiros anos são marcados por retornos econômicos provenientes de culturas como feijão, arroz, milho, mandioca, banana e mamão. À medida que essas espécies anuais se desenvolvem, as condições do solo são aprimoradas para o crescimento das espécies lenhosas, como jatobá, baru e aroeira. A produção das espécies frutíferas começa a partir do quarto ano, enquanto as espécies madeireiras, como o eucalipto, podem ser colhidas entre seis e dez anos.

Sistemas em consórcio que combinam árvores, áreas de cultivo e vegetação forrageira onde animais pastam são especialmente interessantes em regiões ou biomas onde a pecuária é um traço cultural e econômico importante, como o Pampa, o Pantanal e a Caatinga. Esses sistemas podem ser altamente produtivos em termos de biomassa vegetal e animal, preservando a estrutura vertical e a biodiversidade, além de recuperar o solo. No entanto, seu manejo precisa ser feito de modo a evitar sobrepastejo e danos às árvores e à forragem. Esses sistemas multifuncionais aumentam a captação de carbono, reduzem a necessidade de fertilizantes artificiais e fornecem sombra, melhorando o bem-estar do gado e recuperando rapidamente áreas degradadas.

A implementação desse método requer mão-de-obra especializada em cultivo agrícola, criação de animais e manejo florestal, demandando investimento técnico e manejo constante para garantir a produção e a sustentabilidade do sistema. É crucial também considerar a formação vegetal alvo da recomposição. Enquanto o sistema agroflorestal (SAF) é a escolha mais apropriada para formações florestais, outras abordagens, como “sistemas agrossavânicos,” devem ser consideradas para formações savânicas. Nesse caso, a seleção cuidadosa das espécies apropriadas para cada sistema será essencial para garantir o sucesso da recomposição, adotando-se também espaçamentos de plantio adaptados às características específicas de cada ambiente.

webambiente/consorcio.txt · Last modified: 2025/07/16 18:40 by marcelo