O cerrado típico é um subtipo de vegetação do cerrado, caracterizado pela presença de árvores baixas, inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas. A cobertura arbórea é de 20% a 50% e altura média de 3 a 6 metros, com arbustos entremeados e um estrato herbáceo. Ocupa 50% do Pantanal, ocorrendo mais nas regiões leste e nas áreas centrais da planície pantaneira, nas sub-regiões de Aquidauana, Barão de Melgaço, Cáceres, Miranda, Nhecolândia e Paiaguás (POTT et al. 2011). Também ocorre nas altitudes entre 700 e 850 m das morrarias do Urucum, Santa Cruz e Amolar (POTT et al. 2000; LEHN et al. 2008). Tende a ficar mais lenhoso e denso nas áreas mais altas e menos inundáveis, e mais aberto e campestre nas partes mais baixas, em que o grau de inundação é maior. Pode ocorrer em solos com características variadas de coloração (desde amarelo claro, avermelhada, ao vermelho-escuro), textura (de arenosos a argilosa, ou muito argilosa e bem drenados) e graus variados de permeabilidade (penetração da água), tais como: Latossolo Vermelho, Latossolo Vermelho-Amarelo, Cambissolos, Neossolos Quartzarênicos, dentre outros. As espécies mais comuns são: barbatimão (Stryphnodendron rotundifolium), coroa-de-frade (Mouriri elliptica), curte-seco (Ouratea spectabilis), fava-de-anta (Dimorphandra mollis), folha-branca (Miconia albicans), gordiana (Kielmeyera coriacea), jatobá (Hymenaea stigonocarpa), lixeira (Curatela americana), lixeirinha (Davilla elliptica), paus-terra (Qualea spp.), pequi (Caryocar brasiliense), sombra-de-touro (Erythroxylum suberosum), sumanera (Byrsonima coccolobifolia), entre outras.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Biomas do Cerrado: cerrado sentido restrito: cerrado típico. Embrapa: Agência de Informação Embrapa. Disponível em:<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_59_911200585234.html>. Acesso em: 25 set. 2017.
ICMBio. Projeto Corredor Ecológico da Região do Jalapão: fitofissionomias Cerrado típico (sentido restrito). Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/projetojalapao/pt/biodiversidade-3/fitofisionomias.html?showall=&start=1>. Acesso em: 13 maio 2017.
LEHN, C. R.; ALVES, F. M.; DAMASCENO JUNIOR, G. A. Florística e fitossociologia de uma área de cerrado sensu stricto na região da Borda Oeste do Pantanal, Corumbá, MS, BRASIL. Pesquisas, Botânica, São Leopoldo, n. 59, p. 129-142, 2008.
POTT, A; OLIVEIRA, A. K. M.; DAMASCENO JUNIOR, G. A.; SILVA J. S. V. Plant diversity of the Brazilian Pantanal wetland. Brazilian Journal of Biology, v. 71, n. 1, (suppl.), p. 265-273, 2011.
POTT, A.; SILVA, J. S. V.; SALIS, S. M.; POTT, V. J.; SILVA, M. P. Vegetação e uso da terra. In: SANTOS, J. S. V (Org.). Zoneamento Ambiental da Borda Oeste do Pantanal: Maciço do Urucum e Adjacências. Brasília: Embrapa, 2000. p. 111-131.