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Plantas Invasoras ou Daninhas

Plantas invasoras ou daninhas são plantas indesejáveis que proliferam na área a ser restaurada, competindo com as espécies de interesse por água, luz e nutrientes. Geralmente são plantas herbáceas (ex: gramíneas), mas também podem ser subarbustivas, arbustivas ou até mesmo arbóreas. De modo geral são plantas que: se desenvolvem rápido; tem boa adaptação climática; possuem pequeno espaço de tempo entre floração e germinação; germinam em praticamente todos os substratos úmidos (sem uma fertilização específica); possuem alta dormência, longevidade e produção contínua.

Espremidas entre as piteiras invasoras e o capim-gordura africano, estão as plantas nativas do cerrado em um local que deveria ser uma reserva da biodiversidade. Fonte: ÁRVORES, 2017.
Infestando o sub bosque de Mata Atlântica em São Paulo. Fonte: ÁRVORES, 2017.

Prejuízos

Estão relacionadas a perda na produtividade agrícola e na qualidade dos produtos.

Medidas preventivas

Tem como objetivo conter a introdução ou a disseminação de plantas daninhas nas áreas de produção agrícola, que pode acontecer de estarem nas máquinas agrícolas (por este motivo necessita-se da limpeza das mesmas), sementes vindas de fontes confiáveis.

Técnicas de controle de plantas invasoras

A existência e a proliferação de plantas invasoras na área em recomposição pode afetar o desenvolvimento das plantas, em especial as mais novas, sejam aquelas advindas da regeneração natural, ou as estabelecidas via plantio de mudas ou sementes. Tais plantas competem com as espécies de interesse por água, luz e nutrientes presentes no solo, podendo inviabilizar a estratégia de recuperação. A escolha do método para o controle de invasoras dependerá da estratégia adotada. No caso da estratégia Regeneração Natural Com manejo, o controle de competidoras pode se dar por meio de roçada manual ou controle químico com o uso de herbicidas de baixo impacto ambiental. Por sua vez, na estratégia Plantio em área total o controle de invasoras pode ser feito de quatro maneiras, a saber: roçada manual e seletiva; roçada mecanizada; uso de plantas de cobertura; e controle químico pelo uso de herbicidas de baixo impacto ambiental. Diferente das demais, a estratégia Sistemas Agroflorestais podem ter restrições quanto ao uso de herbicidas, privilegiando métodos mais naturais como a roçada manual ou mecanizada e o uso de plantas de cobertura. Ressalta-se que o uso conjugado de métodos de controle também pode ser necessário, dependendo da estratégia de recuperação, da área, do estado de competição e das plantas invasoras predominantes.

1. Roçada manual:

Roçada manual e semi-mecanizada. Fonte: OLIVEIRA et al., 2014

Geralmente utilizados em pequenas propriedades, realizadas nos primeiros 40 a 50 dias após a semeadura, onde faz-se necessária a capina manual, preferencialmente em dias quentes, secos e solo com pouco umidade. Indicado para áreas onde a regeneração natural é relevante, devendo a operação ser realizada de forma seletiva visando não danificar as plantas de interesse. Nesse caso, as plantas de interesse podem ser sinalizadas no campo com pequenas estacas, cartões, tecidos, etc. A operação pode ser realizada com o uso de foice ou ferramenta similar, ou ainda com roçadeiras costais, preservando as plantas de interesse. A operação pode ser repetida em fases posteriores de desenvolvimento da área, caso o monitoramento aponte necessidade.

2. Roçada mecanizada:

Devem ser realizadas nos primeiros 40 a 50 dias após a semeadura, assim como o controle manual. A capina realizada por animais ou tratores, devem ser feitas superficialmente em dias preferencialmente quentes, secos e solo com pouca umidade.

Indicado para áreas onde a regeneração natural é muito baixa ou inexistente. No primeiro caso, as plantas de interesse podem ser sinalizadas no campo com auxílio de pequenas estacas, cartões, tecidos, etc, visando orientar a operação mecânica. A operação deve ser realizada utilizando-se trator com roçadeira acoplada. A altura de corte recomendada é de 10 centímetros.

Roçada mecanizada segue no Parque Rêgo D’água em Dourados. Foto: A. Frota. Fonte: ROÇADA, 2017.

3. Uso de plantas de cobertura:

O uso de plantas de cobertura para o controle de plantas competidoras pode se dar isoladamente, ou conjugado com outros métodos de controle, sejam manuais, mecânicos ou químicos. É um método indicado para áreas onde há restrições quanto ao uso de herbicidas. O princípio básico para seu uso é o de promover um rápido e bom sombreamento do solo, dificultando o estabelecimento de plantas indesejáveis, em especial plantas que requerem luminosidade para o seu desenvolvimento, como as gramíneas. As plantas de cobertura mais conhecidas para esse fim pertencem ao grupo das leguminosas, tais como crotalária, feijão-guandu e feijão-de-porco. Tais plantas apresentam rápido crescimento inicial, além de realizarem a fixação de nitrogênio atmosférico por meio da associação com microrganismos em suas raízes, incorporando nitrogênio ao solo, sendo este um nutriente essencial para o crescimento e o desenvolvimento vegetal. Dessa forma, além da cobertura do solo, contribuem para a melhoria das condições de fertilidade do solo na área em recuperação.

Uso de plantas de cobertura. Fonte: EMBRAPA, 2017.

4. Controle químico com uso de herbicidas de baixo impacto ambiental:

Indicado para áreas sem restrições ao uso de herbicidas, elevada infestação e difícil controle de plantas invasoras. Assim, deve-se conhecer a seletividade do herbicida que irá ser aplicado. Os herbicidas podem ser seletivos para espécies de folhas largas (dicotiledôneas) ou estreitas (monocotiledôneas, grupo que pertencem os capins). Na agricultura é indicado apenas em lavouras de médio e grande porte (produtividade acima de 4000kg/ha), já que possuem um alto custo inicial.

A aquisição desses produtos deve ser feita por meio da emissão de receituário agronômico por profissional habilitado, contendo as características do produto, as dosagens a serem utilizadas para os grupos de espécie-alvo de interesse, sua forma de preparo e aplicação, além das áreas onde os produtos podem ser utilizados.

Sua aplicação pode ser realizada via bombas costais (manuais ou motorizadas) ou por meio de trator acoplado com implementos de pulverização adequados. Em todos os casos, deve ser observado o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), além da adequada destinação das embalagens vazias. O uso de herbicidas em Áreas de Preservação Permanente deve ser evitado, salvo com autorização do órgão ambiental. A aplicação desses produtos deve seguir as orientações de boas práticas para aplicação de agrotóxicos.

Controle químico com uso de herbicidas de baixo impacto ambiental. Fonte: EMBRAPA, 2017.

O vídeo a seguir traz uma entrevista com o Prof. Pedro Luís da Costa Aguiar Alves da UNESP de Jaboticabal que fala sobre o impacto das plantas daninhas na agricultura.

https://www.youtube.com/watch?v=WdKdm4ZLn3I

Referências

ÁRVORES de São Paulo. Lista de plantas invasoras. Disponível em: <https://arvoresdesaopaulo.wordpress.com/plantas-invasoras-lista/>. Acesso em: 31 out. 2017.

EMBRAPA. Código florestal: adequação ambiental da paisagem rural: medidas para o controle de fatores de degradação ambiental. Disponível em: <https://www.embrapa.br/codigo-florestal/estrategias-e-tecnicas-de-recuperacao/controle-de-fatores-de-degradacao>. Acesso em: 22 nov. 2017.

EMBRAPA SOJA. Plantas daninhas. Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/intacta/plantas-daninhas>. Acesso em: 28 out. 2017.

O ECO. O que é uma espécie exótica e uma exótica invasora. Disponível em: <http://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28434-o-que-e-uma-especie-exotica-e-uma-exotica-invasora/>. Acesso em: 30 out. 2017.

MATOS, D. M. S.; PIVELLO, V. R. O impacto das plantas invasoras nos recursos naturais de ambientes terrestres: alguns casos brasileiros. Ciência e Cultuta, v .61, n. 1, p. 27-30, 2009.

OLIVEIRA, F. M. de; LOPES, E. da S.; RODRIGUES, C. K. Avaliação da carga de trabalho físico e biomecânica de trabalhadores na roçada manual e semimecanizada. CERNE, v. 20, n. 3, p. 419-425, Sept. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-77602014000300011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 03 Nov. 2017.

ROÇADA avança no parque Rego D’Água e em outras áreas públicas de Dourados. Jornal Agora MS: o endereço da notícia, 28 jan. 2015. Disponível em: <https://www.agorams.com.br/jornal/2015/01/rocada-avanca-no-parque-rego-dagua-e-em-outras-areas-publicas-de-dourados/>. Acesso em: 03 out. 2017.

VIVIAN, R. A importância das plantas daninhas na agricultura. Jornal do Campo: informação que produz. Disponpível em: <http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=24187&secao=Artigos%20Especiais>. Acesso em: 28 outt. 2017.

Restauração florestal e controle de plantas daninhas - Embrapa e UFRRJ - As equipes da Embrapa e da UFRRJ produziram um material para restauração florestal, com enfoque no controle de plantas daninhas. Esta demanda surgiu da dificuldade enfrentada para executar essa tarefa em projetos de reflorestamento. As diferentes estratégias utilizadas, amadurecidas ao longo dos anos de experiência, principalmente no Estado do Rio de Janeiro, são descritas neste livro em linguagem acessível e organizadas em apenas um documento. Restaurar áreas onde a matriz predominante é formada por pastagem é um grande desafio, que pode ser vencido a partir de técnicas muitas vezes mais relacionadas ao bom planejamento do que a elevados investimentos. Dessa forma, acreditando que o cadastro ambiental rural poderá identificar a necessidade de plantio florestal de grandes áreas onde a matriz predominante é a pastagem e que isso será uma novidade para muitos dos técnicos que irão atuar no setor, este livro chama a atenção para questões importantes, que devem ser levadas em conta, antes, durante e após o plantio das mudas. Assim, desejamos que esse livro seja lido como um orientador, um apoio e não um documento definitivo para o controle de plantas indesejáveis na restauração florestal. Toda esta publicação esta disponível em: file: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1064645/controle-de-plantas-daninhas-em-restauracao-florestal>

webambiente/pi.txt · Last modified: 2022/04/01 18:15 (external edit)