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Manejo com Plantio de Mudas - Formações Campestres

Plantio por mudas (espécies de recobrimento, arbustos e gramíneas, e diversidade, arbustos e árvores) - Uso de mudas ou plântulas para estabelecer populações vegetais em áreas em processo de recuperação.

Formações Campestres

A Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, estabelece normas gerais sobre a Proteção da Vegetação Nativa e, para tal, incluí a recomposição de Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de Uso Restrito também para a vegetação campestre. Esta necessidade acontece destacadamente nos biomas Pantanal, Pampa, Cerrado e Caatinga. Sendo assim, incluímos aqui técnicas de plantio de mudas, com exemplos para o caso do Bioma Cerrado.

Sabemos que o custo e a rapidez para que um local se recomponha depende do seu do nível de degradação e consequentemente do seu potencial de regeneração natural. Assim, quanto mais degradado em termos dos componentes físicos, químicos e biológicos do ambiente, mais tempo e mais oneroso poderá ser a sua recomposição, assim, no caso da preparação de Projetos de Recomposição de Áreas Degradadas ou Alteradas (PRADA) em áreas campestres com o uso de mudas o produtor precisa considerar:

Situação atual

Locais com BAIXO potencial de regeneração natural, devem apresentar: a) remanescentes naturais da vegetação a ser recomposta MUITO DISTANTES OU AUSENTES para a dispersão de sementes, b) banco de plântulas (indivíduos de plântulas jovens) e/ou banco de sementes INEXISTENTE no solo em condições ambientais adequadas para sua germinação e desenvolvimento e c) GRANDE espécies invasoras competidoras.

No processo de plantio de mudas, estas são plantadas de forma aleatória ou sistemática (em linhas), com espaçamentos diversos que podem variar em função do relevo, do tipo de vegetação a ser restaurado e da velocidade com que se quer recobrir o solo. Mudas de gramíneas devem ser plantadas em densidade de 4 mudas por metro quadrado. Arbustos e árvores são plantados em densidade de uma muda a cada 9 metros quadrados. É realizado o controle de gramíneas e espécies indesejáveis, no mínimo por dois anos, ou até que o capim exótico seja substituído pelas plantas nativas.

Implantação

Arbustos e gramíneas tendem ao rápido recobrimento do solo. Algumas espécies de cobertura iniciam floração e frutificação e atraem dispersores de sementes. Árvores e arbustos crescem em taxas variadas. O controle de gramíneas africanas agressivas pode não ser mais necessário.

Resultados Esperados após 2-3 anos

A vegetação não apresenta mais a presença de gramíneas exóticas, assim não necessita mais de manejo para seguir sua evolução no sentido de atingir a estabilidade nos passos da sucessão, com a presença de espécies de diversos grupos funcionais. Regenerantes originados da chuva de sementes do próprio plantio e de áreas próximas surgem. Estes regenerantes garantirão a dinâmica da evolução da comunidade.

Resultados Esperados após 10 anos

A vegetação não apresenta mais a presença de gramíneas exóticas, assim não necessita mais de manejo para seguir sua evolução no sentido de atingir a estabilidade nos passos da sucessão, com a presença de espécies de diversos grupos funcionais. Regenerantes originados da chuva de sementes do próprio plantio e de áreas próximas surgem. Estes regenerantes garantirão a dinâmica da evolução da comunidade.

Riscos esperados para o método

A falta de cuidado com as mudas pode ser determinante no insucesso no plantio. Esse cuidado vai desde a selecao das mudas no viveiro, no seu transporte até o manuseio da muda desde o momento de saida do caminhao até a sua inserçao na cova. O cuidado com o controle das gramíneas exóticas também é determinante para o sucesso. Além disso, a ocorrencia de elevada infestação de formigas cortadeiras no local logo após o estabelecimento das primeiras plantas também pode inibir o estabelecimento e o bom crescimento das plantas.

Monitoramento

Toda ação de restauração deve ser monitorada e manejada conforme seus resultados. Em qualquer um dos métodos utilizados, o seu monitoramento indicará se o método escolhido está adequado e se está bem conduzido para permitir o retorno da vegetação nativa. A condução deste processo envolve diagnóstico, tomada de decisões, intervenção e avaliação dos resultados. Após a avaliação, nova tomada de decisão pode ser necessária, e assim por diante. Por isso, a principio recomenda-se que a restauração seja feita em etapas, realizando pequenas áreas no início, para que os resultados da restauração forneçam informações e retroalimente com informações especificas para as próximas intervenções. O monitoramento permite analisar se o método empregado está desencadeando a regeneração natural necessária para o retorno da vegetação nativa. A qualidade do solo, e da estrutura, diversidade e composição da vegetação são características comumente avaliadas em um monitoramento de restauração ecológica, e são capazes de predizer o sucesso da recomposição da vegetação. Os métodos mais simples para utilização por um técnico ou agricultor são a associação da cobertura do solo, a densidade de plantas presentes e a sua riqueza. A cobertura do solo por forma de vida (vegetação competidora, solo exposto, árvores, arbustos e herbáceas nativas), pode ser realizada utilizando métodos mais simples como a porcentagem de ocupação do ambiente em diferentes estratos ao longo de uma determinada distancia, por métodos um pouco mais elaborado como o método de pontos ao longo de uma trena esticada, onde é posicionada a cada 50 cm uma vara de bambu com dois metros de comprimento, dividida em quatro partes de 50 cm, nas quais observam-se todos os elementos que tocam na vara. Métodos mais sofisticados baseados em imagens fotografias podem ser feitas anualmente no mesmo lugar para comparar a cobertura do solo, e assim poder verificar se a variação temporal da cobertura por vegetação nativa aumenta e se o solo exposto e a vegetação competidora diminuem. Para medir a riqueza de espécies e a densidade de regenerantes lenhosos com mais de 30 cm de altura, estica-se uma trena de 25 metros e numa faixa 1 metro ao longo da trena contam-se as plântulas e arvoretas. Para conhecer mais métodos de monitoramento de áreas em restauração, veja o protocolo de monitoramento da restauração da secretaria do Meio Ambiente de São Paulo6 e O Guia de restauração do Cerrado, Volume 1: Semeadura direta5.

webambiente/plantio_mudascampestres.txt · Last modified: 2022/04/01 18:15 (external edit)