O potencial de regeneração natural de uma área refere-se à capacidade do ecossistema se recuperar e se restabelecer sem a intervenção humana, ou seja, é uma medida de quão bem a vegetação nativa pode se reestabelecer por conta própria, utilizando os recursos e processos naturais disponíveis. Este processo é facilitado e favorecido por fatores como:
A regeneração natural depende de condições ambientais adequadas, como a presença de luz, água, nutrientes e a ausência de fatores limitantes como compactação do solo, erosão, pressão de herbivoria e competição com espécies exóticas invasoras. Áreas degradadas com alto potencial de regeneração natural podem ter redução significativa dos custos associados à recuperação. Esses custos normalmente incluem produção e compra de mudas, mão de obra, insumos e manutenção do plantio. Com a regeneração natural, esses custos são minimizados, pois o processo de sucessão ecológica é iniciado e conduzido pelos próprios mecanismos naturais do ecossistema.
O potencial de regeneração natural de uma área pode ser diagnosticado com base em certos indicadores como a riqueza de espécies nativas, a cobertura de espécies nativas, a cobertura de espécies exóticas invasoras e a porcentagem de solo exposto. Esses indicadores se baseiam em uma complexidade ecológica mínima capaz de sustentar os processos ecológicos necessários para o desenvolvimento da estrutura, composição e função do ecossistema.
No entanto, é importante ressaltar que a observação da evolução dos indicadores ao longo do tempo é mais significativa do que analisar valores fixos em um único momento. Por exemplo, recomenda-se um aumento superior a 10% ao ano na cobertura e na riqueza de espécies nativas durante os primeiros anos de recomposição. Assim, para avaliar a regeneração, é fundamental observar o progresso ao longo do tempo, em vez de focar apenas nos valores estáticos dos indicadores.
O potencial de regeneração natural de uma área pode variar de acordo com o histórico de uso do solo e a intensidade das atividades humanas na região. Essas atividades e suas intensidades podem levar a diferentes níveis de degradação, que exigirão métodos e técnicas variadas para sua recomposição.
Os principais fatores associados à degradação envolvem fragmentação da área, presença de espécies exóticas invasoras, presença infestante de formigas cortadeiras, perda de biodiversidade, incêndios, perda de elementos biológicos do solo, compactação, erosão ou retirada de camadas do solo e contaminação química do solo.
Esses fatores geralmente estão relacionados com diferentes atividades humanas, sendo que avaliar o histórico de uso da área poderá ajudar a determinar o seu potencial de regeneração natural e a orientar decisões sobre a necessidade de ações reparadoras ou mitigadoras que facilitem o estabelecimento e desenvolvimento da vegetação em recomposição. O histórico de uso do solo pode se relacionar com o potencial de regeneração da seguinte forma: