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webambiente:sem_manejo_da_regeneracao_natural

Regeneração Natural sem Manejo - Formações Florestais e Savânicas

A regeneração natural sem manejo consiste em deixar os processos naturais atuarem livremente. Esses locais apresentam remanescentes naturais próximos, alta densidade e diversidade de plantas nativas regenerantes, incluindo rebrotas, devido principalmente à proximidade destes remanescentes de vegetação nativa ao solo pouco compactado e à baixa presença de espécies invasoras (gramíneas como brachiaria). Como o potencial de regeneração natural do local a ser recuperado é ALTO (identificado por levantamento), a tomada de algumas medidas como o isolamento da área por meio de cercas ou da construção/manutenção de aceiros permitirá o retorno da vegetação.

Potencial de regeneração natural do local a ser recuperado é ALTO (notar remanescente natural próximo, regenerantes e pouca presença de invasoras, todos identificados por levantamento), e apenas a tomada de algumas medidas como o isolamento da área por meio de cercas ou da construção/manutenção de aceiros permitirá o retorno da vegetação. Foto: Felipe Ribeiro.
Local com ALTO potencial de regeneração natural. Foto: Iran Borges. Fonte: ALMEIDA, 2017.

O custo e a rapidez para que um local se recomponha depende do seu do nível de degradação e consequentemente do seu potencial de regeneração natural. Assim, quanto mais degradado em termos dos componentes físicos, químicos e biológicos do ambiente, mais tempo e mais oneroso poderá ser a sua recomposição.

Assim, no caso da preparação de Projeto de Recomposição de Areas Degradadas ou Alteradas (PRADA), o produtor precisa considerar:

Situação atual

Locais com bom potencial de regeneração natural, devem apresentar: a) remanescentes naturais da vegetação que se proponha a recompor bem próximos para a dispersão de sementes, b) banco de plântulas (indivíduos de plântulas jovens) e/ou banco de sementes no solo em condições ambientais adequadas para sua germinação e desenvolvimento e c) baixa infestação de espécies invasoras competidoras.

Situação atual. Imagem: Felipe Ribeiro

Implantação

Deixar que os processos naturais atuem. O local é próximo a remanescentes de vegetação nativa, apresenta alta densidade e diversidade de nativas regenerantes, incluindo rebrotas, solo pouco compactado e baixa presença de espécies invasoras. Como o potencial de regeneração natural do local é alto, o simples isolamento dos fatores de degradação permitirá o retorno da vegetação.

Implantação. imagem: Felipe Ribeiro

Resultados Esperados após 2-3 anos

Condições locais favorecem o aumento da densidade e o crescimento de regenerantes (rebrotas e plântulas). Agentes dispersores trazem sementes de remanescentes de vegetação nativa nas proximidades e a vegetação competidora tende a diminuir a infestação.

Resultados Esperados após 2-3 anos. Imagem: Felipe Ribeiro.

Resultados Esperados após 10 anos

A vegetação tem características de formação secundária, que não necessita mais de manejo para seguir sua trajetória a uma formação madura. Em formações florestais, o dossel está fechado, há árvores despontando com diâmetros maiores que 10 cm e são encontradas plântulas de espécies dispersadas de remanescentes vizinhos.

Resultados esperados após 10 anos. Imagem: Felipe Ribeiro.

Riscos

A vegetação competidora (pastagens exóticas e outras espécies agressivas) impede o crescimento dos regenerantes. O solo está compactado e erodido, impedindo germinação e crescimento de espécies nativas. A elevada infestação de formigas cortadeiras pode inibir o estabelecimento e o crescimento de plantas regenerantes.

Monitoramento

Porque monitorar?

O sucesso do monitoramento envolve diagnosticar, tomar decisões, intervir e avaliar os resultados da intervenção. Isso permite entender os parâmetros e os processos envolvidos na recomposição. Esse processo se repete no tempo, portanto, a recomposição deve acontecer em etapas, iniciando com áreas relativamente pequenas. Os resultados fornecem orientação para novas intervenções, permitindo encontrar erros e corrigi-los nos próximos plantios. Ações importantes no monitoramento: testar, aprender e corrigir.

O que monitorar?

Estrutura, diversidade e composição da vegetação são parâmetros comumente avaliados na restauração ecológica, pois são capazes de predizer o sucesso de recomposição da vegetação. Parâmetros simples para avaliar sucesso são densidade (número de indivíduos/ área) e riqueza (número de espécies) de plantas e cobertura do solo por diferentes formas de vida (vegetação competidora, solo exposto e árvores, arbustos e herbáceas nativas).

Como monitorar?

Os parâmetros podem ser avaliados por métodos simples. Na linha de amostragem marcada em uma trena no solo, posicionar a cada 50 cm uma vara de 2 m dividida em quatro partes de 50 cm. Em cada uma das quatro partes da vara, avalia-se todos os elementos vegetais que tocam nela. Para avaliar a riqueza de espécies e a densidade de regenerantes lenhosos com mais de 30 cm de altura, estica-se uma trena de 25 m numa faixa 1 m para cada lado da trena e contam-se as plântulas e arvoretas. Imagens fotográficas em épocas diferentes na mesma escala também ajudam a comparar a vegetação nativa, o solo exposto e as plantas competidoras em um mesmo local.

Onde monitorar?

Cada um dos parâmetros acima devem ser monitorados em área representativa do processo de recomposição.

Quando monitorar?

A legislação prevê que o proprietário rural tem 20 anos para a adequação ambiental, assim os parâmetros de sucesso devem ser avaliados periódicamente, de preferência no final da estação chuvosa.

Quem monitora?

Equipe que tenha alguma experiência em identificar e avaliar os parâmetros de sucesso no processo de recomposição da vegetação nativa.

Referência

ALMEIDA, I. B. de; RAMOS, R. F.; BERTOLINI, A. R.; SILVA. A. J.; ALMEIDA, A. Estudos das nascentes da Microbacia Hidrográfica da Pampulha município de Belo Horizonte (MG), Brasil. MUNDOGEO, 12 dez. 2010. Disponível em:<http://mundogeo.com/blog/2010/12/12/estudos-hidrograficos-da-bacia-da-pampulha/>. Acesso em: 07 out. 2017.

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