TRANSPOSIÇÃO DO SOLO E GALHARIA
A transposição de solo e galhos de áreas recém desmatadas é uma técnica promissora para a recomposição de áreas degradadas que apresentam condições físicas e biológicas inadequadas para o plantio direto de mudas ou sementes. Esta técnica aproveita a presença de sementes, rebrotas e matéria orgânica do solo transposto, facilitando a regeneração natural e aumentando a biodiversidade local. A implementação bem-sucedida dessa técnica exige planejamento cuidadoso, seleção adequada das áreas de origem e destino, e monitoramento contínuo para garantir o estabelecimento das plantas e a recuperação do ecossistema. A seguir, são apresentadas as características e os cuidados necessários para implementar essa técnica com sucesso.
Características
Aproveitamento de recursos naturais: utiliza os recursos biológicos presentes em áreas desmatadas.
Sementes e rebrotas: o solo e os galhos transpostos contêm sementes e partes vegetativas capazes de rebrotar, promovendo a regeneração da vegetação.
Matéria orgânica: a presença de matéria orgânica melhora a estrutura do solo, aumenta a retenção de água e fornece nutrientes essenciais.
Regeneração natural: essa técnica permite a regeneração de uma grande diversidade de espécies nativas, respeitando a composição original da flora.
Facilitação ecológica: o microambiente criado pelos galhos e a matéria orgânica favorece a germinação das sementes e o desenvolvimento das plantas.
Cuidados
Área recém desmatada: escolher áreas que foram recentemente desmatadas para garantir que o solo e os galhos contenham um banco de sementes viável.
Época de remoção: a remoção do solo do local de origem deve ser feita no final da época seca.
Estocagem: separar a camada mais superficial (de até 5 cm) e estocar por até um mês sem água. A inadequada estocagem do material de transposição por período muito longo ou recebendo chuva ou irrigação pode ocasionar na brotação prematura e subsequente morte das plantas durante a colocação no local da restauração.
Condicionamento do solo: se necessário, realizar práticas preliminares de condicionamento do solo, como aeração e correção do pH.
Contaminação do solo: deve-se cuidar para que o solo de transposição não esteja contaminado com espécie exóticas invasoras, que podem dominar a área e impedir a regeneração das plantas nativas.
Preparo do local: escarificar o local de recebimento, depositar e nivelar o material.
Distribuição uniforme: espalhar o solo e os galhos de maneira uniforme sobre a área degradada, garantindo uma cobertura adequada.
Cobertura com galhos: posicionar os galhos de forma a criar micro-habitats que protejam as sementes e rebrotas de condições adversas, como erosão e insolação excessiva.